[…] O termo Solioonensius refere-se a uma tensão periódica no sistema solar à qual os seres humanos podem responder de duas maneiras radicalmente diferentes: por meio de agitação e violência ou voltando-se para si mesmos com o desejo de um estado de ser mais desperto. Será que esse fenômeno realmente existe? Eu não sei — mas Belzebu sabe e, sem surpresa, nossas respostas a ele não se comparam bem com as de seres tricerebrais em outros sistemas solares. É melhor que Belzebu explique; observe que ele se refere a nós, terráqueos, como “seus favoritos”, porque seu neto Hassein tem grande interesse em aprender sobre nós.

“…a lei cósmica de Solioonensius. Antes de mais nada, é preciso dizer-lhes que todos os seres tricerebrais, em qualquer planeta que surjam e qualquer revestimento exterior que recebam, sempre aguardam as manifestações da ação dessa lei com impaciência e alegria, da mesma forma que os seus favoritos aguardam ansiosamente as festas de “Páscoa”, “Bairam”, “Zadik”, “Ramadã”, “Kaialana” e outras. A única diferença é que seus favoritos aguardam essas festas com impaciência, porque nesses ‘dias santos’ tornou-se costume entre eles se permitirem ser mais ‘alegres’ e ‘beber’ livremente, enquanto os seres de outros planetas aguardam a ação de Solioonensius com impaciência porque, graças a ela, a necessidade de evoluir, no sentido de adquirir Razão-Objetiva por eles, aumenta neles por si mesma….

“A ‘tensão’ em todos os planetas age… na presença comum de todos os seres que surgem e se reproduzem neles, sempre gerando nos seres, além de desejos e intenções dos quais eles não estão conscientes, o sentimento chamado ‘sagrado Iabolioo-nosar’, ou, como diriam seus favoritos, o sentimento de religiosidade, ou seja, aquele ‘ser-sentimento’ que às vezes aparece no desejo e na luta por… um aperfeiçoamento mais rápido no sentido da Razão Objetiva.” [B622]

[Roger Lipsey, Gurdjieff Reconsidered]