Excertos do livro de C.S. Nott, TEACHINGS OF GURDJIEFF: A PUPIL’S JOURNAL
Retornamos para NY no final de 1927, e reiniciamos nosso trabalho com o Grupo. Durante o inverno Orage reviu nosso estudo dos Relatos de Belzebu dos últimos três anos. Fiz várias anotações de suas falas e coletei e coligi notas e fragmentos de outros. Mais tarde Orage veio a Londres para viver, eu discuti o material com ele por um período de três ou quatro anos e revisei-o. O comentário a seguir, compilado de centenas de páginas de notas, é apenas uma pequena porção delas. Embora tenha tentado por as notas em forma sequencial elas não estão estritamente cronológicas. Em vários momentos ele se referia às mesma passagens; frequentemente de diferentes pontos de vista, logo haverá repetições; e, embora algumas das notas possam aparecer fragmentárias, tudo está conectado.
Orage disse: ‘Alguns de vocês criticam a gramática faltosa e a pontuação e me questionam porque não faço algo a respeito1. Bem, embora desde a primeira versão escrita o sentido esteja em cada capítulo, G. constantemente reescreve e revê. Como vocês sabem, ele escreve a lápis em armênio; isto é traduzido para russo, e então literalmente em inglês; é então passado para um ou ois discípulos ingleses ou americanos no Prieure que têm somente um tosco conhecimento do uso das palavras. Tudo que posso fazer atualmente é revisar o inglês quando este obscurece o sentido. Embora tenha conversado sobre os capítulos com G e discutido o sentido deles, ele nunca irá explicar o significado de nada. Seu trabalho é escrever o livro, o nosso fazer o esforço para compreendê-lo. O estilo e o sentido são de G. O surpreendente é que, apesar das dificuldades de tradução o sentido e o estilo perpassam muito bem. Pode se dizer que em ingles, sendo uma língua mais flexível que o francês, é possível jogar com as palavras, de modo que a tradução inglesa terá uma qualidade própria.
Orage nos acautelava quanto as tentativas de explicar, para novos discípulos, o significado, como o compreendíamos, de coisas no Belzebu; só se podem lançar palpites. Para aqueles no mesmo nível de compreensão, a discussão seria útil. Nas semanas que seguiram ele revisou os capítulos; nós, por nossa parte, esforçamo-nos por contribuir. E como estávamos mais ou menos no mesmo nível de compreensão as falas foram muito proveitosas de fato. O que se segue de seu comentário é apenas um esboço, por assim dizer, dos Relatos de Belzebu a Hassein — palpites das riquezas e profundezas de sabedoria. Cada leitor compreenderá de acordo com seu próprio desenvolvimento interior; primeiro é como um broto; então abre-se, como uma flor.