Arauto do Bem Vindouro (13)

tradução

Vejo-me obrigado — nesta, por assim dizer, declaração definitiva como escritor, que também terá de servir, entre outras coisas, como uma espécie de “prospecto” da nova fase de minha atividade incessante pelo bem-estar de meus vizinhos — a fazer um breve esboço da história do surgimento e desenvolvimento dos eventos e causas que foram responsáveis pela formação, em minha individualidade, do esforço insaciável para resolver essa questão, que, no final, tornou-se para mim o que os psicólogos modernos poderiam chamar de “mania irresistível”.

Essa mania começou a se impor em meu ser na época de minha juventude, quando eu estava prestes a atingir a idade responsável, e consistia no que eu chamaria agora de um “esforço irreprimível” para entender claramente o significado preciso, em geral, do processo de vida na Terra de todas as formas externas de criaturas que respiram e, em particular, do objetivo da vida humana à luz dessa interpretação.

Embora uma infinidade de fatores muito específicos, condicionados por minha criação e educação, tenha servido como causa primordial para a formação, em meu ser, do fundamento que deu origem a esse esforço incomum para o homem contemporâneo, ainda assim, como compreendi mais tarde ao refletir sobre o assunto, a causa principal deve, no final, ser atribuída àquelas circunstâncias inteiramente acidentais de minha vida que coincidiram precisamente com a transição mencionada da idade preparatória para a idade responsável, e que podem ser resumidas no fato de que todos os meus contatos na época eram quase que exclusivamente com pessoas da minha idade ou mais velhas que estavam em processo de formação ou que já haviam sido formadas exatamente naquela “tipicidade psíquica” de pessoas, cuja formação, como eu mesmo estabeleci estatisticamente durante a existência de minha fundação, “O Instituto para o Desenvolvimento Harmonioso do Homem”, deve-se ao fato de que os futuros representantes dessa “tipicidade” nunca, seja com vistas à compreensão real da realidade, seja no período de sua idade preparatória ou, novamente, no período de sua vida responsável, absolutamente nunca, e apesar da necessidade óbvia de tal passo, se abriram à experiência, mas se contentaram com as fantasias de outras pessoas, formando a partir delas concepções ilusórias e, ao mesmo tempo, limitando-se ao convívio com pessoas como elas, e se automatizaram a ponto de se envolverem em discussões autorizadas de todos os tipos de temas aparentemente científicos, mas, em sua maioria, abstratos.

1932

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