G Amor

GURDJIEFF TERMOS — AMOR

De forma igualmente anormal dados foram moldados neles [entes tricerebrais do planeta Terra] para evocar o sagrado impulso de amor.

Nas presenças dos entes dos tempos atuais, também surge e está presente neles tanto quanto te agrade desse estranho impulso que eles chamam amor; mas este amor deles é primeiramente também o resultado de certas consequências cristalizadas das propriedades do mesmo Kundabuffer; e secundariamente este impulso deles surge e manifesta a si mesmo no processo de cada um deles inteiramente subjetivamente; tão subjetivamente e tão diferentemente que se dez deles fossem solicitados a explicar como eles sentem este impulso interior deles, então todos os dez — se, claro, dessa vez replicassem sinceramente, e francamente confessassem suas sensações genuínas e não aquelas que leram a respeito em algum lugar e obtiveram de alguém — todos os dez replicariam diferentemente e descreveriam dez sensações diferentes.

Um explicaria esta sensação no sentido sexual; outro no sentido de piedade; um terceiro no sentido de desejo por submissão; um quarto, em uma avidez comum por coisas exteriores, e assim por diante; mas nenhum dos dez descreveria mesmo remotamente, a sensação de genuíno Amor.

E nenhum deles o faria, porque em nenhum dos homens-esserais ordinários aqui jamais houve, por um longo tempo, qualquer sensação do sagrado impulso-esseral de genuíno Amor. E sem este «sabor» eles não podem mesmo vagamente descrever esse mais beatifico impulso-esseral na presença de todo ente tricerebral da totalidade do Universo, que, de acordo com a divina previsão da Grande Natureza, forma esses dados em nós, a partir do resultado da experiência da qual podemos graciosamente repousar dos meritosos trabalhos efetuados por nós pelo propósito de auto-perfeicionamento.

Aqui, nestes tempos, se um desses entes tricerebrais «ama» um ou outro, então ele ama este seja porque este último sempre o encoraja e o bajula sem reservas; ou porque seu nariz é muito parecido com o nariz dessa mulher ou homem, com quem graças à lei cósmica de «polaridade» ou «tipo» uma relação foi estabelecida que ainda não rompeu; ou finalmente, ele o ama somente porque o tio deste está em um grande negócio e pode um dia lhe dar um empurrão, e assim por diante.

Mas nunca homens-esserais aqui amam com genuíno, imparcial e não-egoístico amor.

Devido a essa espécie de amor nos entes contemporâneos aqui, suas predisposições hereditárias às cristalizações das consequências das propriedades do órgão Kundabuffer são cristalizadas no tempo presente sem impedimentos, e finalmente se tornam fixadas em sua natureza como uma parte legítima deles. (RBN I-26)



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