Gurdjieff Recuerdo de Si Mismo

GURDJIEFF TERMOS — LEMBRANÇA DE SI MESMO

VIDE: SELF-REMEMBERING

Segundo Richard Defouw, o ensinamento de G começa com uma crítica de nosso ordinário estado de consciência. Neste estado somos meramente entes passivos levados pelo fluxo de nossas associações. O termo «consciência de vigília» é uma grande ironia, pois este estado é de fato um estado de sono no qual nossas associações tomam o lugar dos sonhos que temos à noite. Neste estado não temos sensação real de nós mesmos. Podemos saber o que fazemos, mas não sentimos a nós mesmos fazendo-o; estamos fora de contato conosco e nem mesmo nos damos conta disso porque estamos perdidos em nossas associações. Neste estado não pode haver qualquer questão de um centro estável de consciência ou um «Eu» real.

De acordo com G, há duas espécies de consciência superiores à consciência que caracteriza nosso ordinário estado de vigília. A primeira destas é a que ele chama «autoconsciência» ou «lembrança de si». Sabemos que uma experiência completa de lembrança de si inclui a sensação do todo de si mesmo. Suspeitamos portanto que alguém que alcançou o estado de autoconsciência assumiu seu «Eu» real. Esta inferência é confirmada pela descrição de B de um homem com quem se fez amigo em uma de suas visitas à Terra:

Na idade que ele estava quando primeiro o encontrei ele já tinha seu «Eu» — com respeito a racionalmente dirigir o que é chamado o «funcionamento-automático-psíquico» de sua presença comum — no máximo de estabilidade para entes tricerebrais do planeta Terra neste tempo, em consequência do que… ele definitivamente expressava manifestações-esserais, como, por exemplo, aquelas chamadas «autoconsciência», «imparcialidade», «sinceridade», «percepção|sensibilidade de percepção», «vigilância», e assim por diante. (RBN I-24)

Embora autoconsciência, como outras propriedades mencionadas, é algo que uma pessoa ordinária pensa possuir, ou pelo menos vê como estando dentro do domínio de sua experiência, ela efetivamente representa, em comparação com sua experiência, um estado qualitativamente superior de consciência e um nível de ser correspondentemente superior, aquele de um «homem real» em oposição a um «homem entre aspas».

O mais alto estado de consciência é a consciência objetiva, que B chama «Razão objetiva» ou «Razão pura».



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