Nott (Journey:64) – Arauto do Bem Vindouro (4)

Ele fala sobre sua influência automática sobre as pessoas e seu objetivo conscientemente criado de sempre, sem exceção, manifestar-se benevolentemente em relação a todos para o bem deles, enquanto, ao mesmo tempo, travava uma luta incessante contra as fraquezas inerentes à sua própria natureza. Mas, enquanto se manifestava com essa benevolência interior, ele tentava de todas as formas descristalizar a vaidade e a presunção já cristalizadas nas pessoas; e isso lhe rendeu inimigos. As pessoas se esqueciam do que ele havia feito por elas e se lembravam apenas de sua vaidade ferida. Ele diz: A causa fundamental de quase todos os mal-entendidos que surgem no mundo interior do homem, bem como no processo da vida comunitária das pessoas, é principalmente aquele fator psíquico que se encontra no ser humano durante o período da idade preparatória, exclusivamente por causa de uma educação errada, e no período da idade responsável — cada estímulo do qual faz nascer nele os impulsos da vaidade e da presunção. Afirmo categoricamente, acrescenta ele, que a felicidade e a autoconsciência que devem existir em um homem de verdade, bem como em uma existência comunitária pacífica entre as pessoas (além das inúmeras outras causas que existem em nossas vidas sem culpa nossa), dependem, na maioria dos casos, exclusivamente da ausência em nós do sentimento de Vaidade!

Ele deseja sinceramente que todo aquele que se esforça para justificar perante a Grande Natureza seu destino como homem, e não meramente como animal, veja em seus escritos e nos grupos formados por ele meios de ajudar o homem a erradicar de sua presença comum aquilo que é indesejável nele e que dá origem a toda variedade de sentimentos de vaidade e amor-próprio.

Seu propósito, entre outras coisas, era fazer com que seus leitores compreendessem mais claramente o real significado da presença no mundo interior do homem de fatores que contribuem para o cultivo consciente, ou mesmo automático, dos bons impulsos idealizados e professados por todas as doutrinas religiosas que existiram e ainda existem na Terra, bem como pela moralidade real que as eras formaram na vida do homem.

Desde o momento em que começou a escrever o livro até o momento em que o terminou, ele colocou em prática (insistentemente e com uma autocrítica constante) aquele princípio filosófico religioso conhecido pelos homens há séculos. De acordo com esse princípio, nossos ancestrais, e até mesmo algumas pessoas contemporâneas, graças à sua boa vida, atingiram certo grau de autoconsciência e dedicaram um terço de cada ano de sua vida ao objetivo de autoperfeição, ou, como dizem, para salvar suas almas.

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