RELATOS DE BELZEBU A SEU NETO — VERSÕES
A primeira publicação disponível ao público se deu em língua inglesa, em 1950, alguns meses depois da morte de Gurdjieff; G acompanhou sua tradução e as provas lhe foram ainda apresentadas no leito de morte. Uma tradução alemã, feita a partir da inglesa foi publicada também em 1950 e uma tradução francesa foi publicada somente em 1955-1956, embora iniciada ainda em vida de G. Desde então outras traduções foram produzidas em muitas línguas. Os originais em russo e armênio teriam sido publicados somente em 2000. É lamentável a névoa proposital ou não que encobre este período da história do trabalho de G no ocidente, como pode ser reconhecido apenas por uma simples questão: a história dos escritos de G e de suas versões e traduções.
ORIGINAIS EM RUSSO E ARMÊNIO:
Sem muita certeza, dada a cacofonia dos depoimentos de seus discípulos mais próximos, assim como o esforço por desmerecer esta questão importante de qualquer ensinamento, G teria esboçado todo este livro no segundo semestre de 1924, iniciando em seguida sua redação. Esta teria sido feita na forma de anotações feitas em papeis, onde quer que se encontrasse, que teriam sido posteriormente ditadas em russo de forma expandida para escrita ou datilografia de Olga de Hartmann ou outro discípulo designado para tal. As partes em armênio seguiram o mesmo caminho porém foram registradas por Lilly Galumnian.
G teria se desfeito rapidamente de suas anotações, preservando-se apenas o material transcrito, que era levado para tradução em inglês e em francês, vindo a compor a tradução em inglês publicada em 1931, descrita abaixo.
A publicação do «original» russo em 2000, pela Traditional Studies Press, é questionada por alguns quanto a sua autenticidade enquanto fonte original, posto que a linguagem russa empregada nesta versão seria pós-bolchevique, incompatível com o russo de G. Outros argumentam que seria o original que teria apenas sido atualizado para o russo atual. É interessante notar que G, em 1927, teria decidido por não ter um texto russo do RBN. Existem outras duas versões em russo que tudo indica se basearam na tradução inglesa de 1950.
TRADUÇÕES EM INGLÊS:
- BTG 1931. Versão 1931, publicação e circulação restritas.
- Esta versão teria sido produzida pari passu com a própria escrita da obra por G. Segundo Olga de Hartmann, então secretária de G, ela datilografava o que era ditado por G, em seguida: o que estava em russo era passado para Thomas de Hartmann que traduzia literalmente para o inglês; o que estava em armênio era traduzido literalmente para o inglês por Lilly Galumnian. Então este material era levado para Orage que fazia a revisão do inglês, recebendo a ajuda às vezes de Jean Toomer. Claro que todo processo recebia a ajuda de outras pessoas do grupo designadas por G.
- O manuscrito obtido por Robin Bloor foi recentemente publicado, The 1931 Manuscript of Beelzebub’s Tales to His Grandson, e é válida sua leitura, por ser a menos «aprimorada» das traduções, como se pode logo notar pela diferença entre os neologismos entre esta versão e a de 1950.
- BTG 1950. Versão de 1950, atualmente em versão de domínio público
- BTG 1992. Versão de 1992
- Nova versão feita a partir, em grande parte, da versão francesa.
- Muito criticada pelos antigos discípulos de G de língua inglesa.
- Tradução dirigida pela própria Jeanne de Salzmann e coordenada por Roger Lipsey no grupo de NY
TRADUÇÃO EM ALEMÃO:
- Feita sobre a versão em inglês de 1950, por um grupo conduzido por Louise March, que afirma (conforme citação de B. McCorkle): «… considerou-se uma única palavra ou o fluxo de uma sentença da maior importância… nós tradutores conhecíamos G como «o mestre da exatidão». Com G viemos a usar palavras de modo exato. Ele afirmava claramente que a filologia era um melhor caminho para Verdade do que a filosofia. Olhávamos para as raízes das palavras. Há muitas cadeias filológicas.»
TRADUÇÃO EM FRANCÊS:
- Feita sobre os originais russo e armênio mas com acesso à versão inglesa.
- Dirigida por Jeanne de Salzmann e Henri Tracol
- Contrariando o pedido de G não foi publicada juntamente com as versões inglesa e alemã de 1950, só o sendo em 1955-56, após modificações orientadas por Mme. de Salzamann.
- Feita sobre a versão francesa