Tag: desejo
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Anthony Blake (Gymnasium) – inteligência
Comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (as palavras originais significam mais propriamente “todo de tudo”) significava a expulsão do Paraíso. Se Adão e Eva não tivessem comido do fruto, teriam tido a garantia de uma perfeição ordenada. Em vez disso, foram condenados a uma vida de labuta e incerteza, na qual…
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Jean Biès (Hermes) – René Daumal
Qualquer estudo sobre René Daumal sem dar à aventura gurdjieffiana a importância que ela merece estaria se condenando a uma total incompreensão desse poeta. A experiência de Daumal é ainda mais interessante pelo fato de ser a de um homem que foi educado no mais duro agnosticismo, que enfrentou as aberrações abismais de seu tempo,…
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Lipsey (Gurdjieff) – Solioonensius
[…] O termo Solioonensius refere-se a uma tensão periódica no sistema solar à qual os seres humanos podem responder de duas maneiras radicalmente diferentes: por meio de agitação e violência ou voltando-se para si mesmos com o desejo de um estado de ser mais desperto. Será que esse fenômeno realmente existe? Eu não sei —…
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Nicoll (Time) – visível e invisível
Todos nós podemos ver o corpo de outra pessoa diretamente. Vemos os lábios se movendo, os olhos abrindo e fechando, as linhas da boca e do rosto mudando e o corpo se expressando como um todo em ação. A própria pessoa é invisível. Vemos o exterior de uma pessoa de forma muito mais abrangente do…
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Cynthia Bourheault (Lei de Três) – A impressão do nada em algo (Terceiro Princípio de Boehme)
O Terceiro Princípio é o universo exterior e visível. Boehme vê esse mundo visível como uma interação constante entre o Primeiro Princípio e o Segundo Princípio, e ele nos lembra que “o trabalho eterno interno está oculto no mundo visível”1 e está sempre operando nele. Superficialmente, isso pode parecer uma tríade da Lei dos Três,…
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Cynthia Bourheault (Lei de Três) – A impressão do nada em algo (Segundo Princípio de Boehme)
Boehme chama o Segundo Princípio de “o princípio da luz”. É a ira transfigurada pelo amor. Da angústia (terceira propriedade) passamos diretamente para a quarta propriedade, que Boehme chama de “fogo”. Ele tem dois conjuntos diferentes de metáforas para descrever essa transição crítica. O conjunto mais acessível retrata essa propriedade começando como uma faísca acesa…
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Cynthia Bourheault (Lei de Três) – A impressão do nada em algo (Primeiro Princípio de Boehme)
As palavras do subtítulo acima vêm da penúltima página da Clavis, quando Boehme oferece seu resumo final e, em uma única frase, elas resumem a essência de sua elaborada cosmologia1. No brilho intrincado de sua mente, Boehme começa com uma pergunta que poucos sequer conceberam: Como se passa de Deus em repouso, da “Unidade eterna,…
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Basarab Nicolescu: Cosmologias Boehme e Gurdjieff
Por fim, seria instrutivo fazer um estudo comparativo entre a cosmologia de Boehme e a de Gurdjieff (1877-1949). Como no caso de Boehme, na cosmologia de Gurdjieff as leis fundamentais do Universo são uma “Lei de Três” e uma “Lei de Sete”, e sua interação é traduzida em uma “Lei de Nove”. É claro que…
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Peter Brook (Dossiers H) – a metáfora do ator
Gurdjieff usa com frequência a metáfora do ator para falar sobre o ser humano plenamente desenvolvido. Ele fala sobre desempenhar um papel na vida, respondendo a todas as demandas de situações variáveis, assumindo-as completamente, sem perder sua liberdade interior. Isso é exatamente o que se espera de um bom ator. O teatro mostra os movimentos…
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Peter Brook (Dossiers H) – oitavas
O que Gurdjieff chama de “ciência objetiva” usa a analogia musical para descrever um universo composto por uma cadeia de energias, da oitava mais baixa à mais alta. Podemos falar aqui de energias plurais. Cada energia é transformada à medida que sobe ou desce, de modo que pode ser mais grossa ou mais fina, dependendo…
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E. J. Gold (Aparato:11-16) – Aquário como alegoria do mundo humano (3)
A chave para realizar algo de valor objetivo está em nosso potencial de evolução interior; métodos especiais podem nos ensinar como usar nosso corpo, mente e emoções para transformar nosso eu essencial. Eventualmente, se Redfin conseguisse reajustar sua visão, ele veria algo — e mesmo que fosse totalmente incapaz de compreender o que viu, ele…
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Lizelle Reymond (Anirvan:170-172) – método e ensinamento (2)
Nós nos sentimos descansados após uma noite de sono, embora esse sono seja, em plena inconsciência, um retorno à matriz da vida. As pessoas que não têm nada desperto em si literalmente caem no sono sem saber como “desprender” algo nelas que permanecerá consciente. Em seu estado tamásico, elas nem mesmo sabem que estão dormindo.…
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Lizelle Reymond (Anirvan:152-155) – mestre-discípulos (2)
Por que você gostaria que o momento do conhecimento durasse? Nem mesmo Brahma pode guardar para si o que ele cria! Tudo brota dele e flui imediatamente para fora… Imediatamente, dez milhões de deuses ou leis se apoderam dele. Aqui estamos humildemente entre aqueles que estão tentando subir a correnteza. O que estamos vendo? Perto…
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Schumacher (Guide:30-34) – Progressões entre níveis de ser (3)
Há também uma progressão marcada e inconfundível em direção à integração e à unidade. No nível mineral, não há integração. A matéria inanimada pode ser dividida e subdividida sem perda de caráter ou gestalt, simplesmente porque nesse nível não há nada a perder. Mesmo no nível da planta, a unidade interna é tão fraca que…
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Nott (Journey:66-67) – Arauto do Bem Vindouro (6)
Ele [G] menciona seu acidente em julho de 1924, cujos efeitos o levaram a rever todas as suas atividades passadas e a liquidar essa fase do trabalho do Instituto e começar em novas linhas. Mais tarde, quando já estava bem o suficiente para ir a Paris, ele foi, mancando, com mais duas ou três pessoas,…
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Nott (Journey:63) – Arauto do Bem Vindouro (3)
Ele [G] diz, com muita seriedade, que Relatos de Belzebu a seu Neto deve ser lido do começo ao fim; caso contrário, as pessoas que têm o hábito de ler um livro, pulando e escolhendo partes aqui e ali, sofrerão danos psicológicos reais — como os intelectuais brilhantes que podem ler um livro longo em…
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Henderson (Buried Dog I:152-155) – terceira menção do Arauto na Terceira Série
A terceira menção de Gurdjieff (e o mais forte endosso) de Arauto é, como de costume, indireta e apresentada como se estivesse “em segundo plano”. Essa consideração nos leva de volta ao título do presente capítulo, “Tzvarnoharno”, cuja palavra-chave (semelhante à função da “foscalia” encontrada anteriormente) forma uma “ponte” para o livro quatro. O que…
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Arauto do Bem Vindouro – Abertura
Inspirado como estou por uma profunda convicção, proveniente de uma longa linha de elucidações e deduções experimentais que apontam para a conclusão de que, se um homem desejar sincera e seriamente, e não por mera curiosidade, alcançar o conhecimento do caminho que leva ao Ser Real, e se ele cumprir, para esse fim, tudo o…
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Belzebu
Belzebu foi exilado. O que em nós foi exilado? Estamos identificados com o plexo solar, com os sentimentos. O plexo solar é um centro desorganizado e desconectado. Um resultado do trabalho contínuo seria a concentração da emoção em um objetivo definido, em vez dos altos e baixos dos sentimentos, da luta inútil de sentimentos conflitantes.…