XXX Arte [RBN II-30]

GURDJIEFFRELATOS DE BELZEBU A SEU NETO

LIVRO II

XXIX => XXX ARTE <= XXXI

  • Ahoon levanta o tema «Arte» enquanto um fator que por sua degeneração se tornou definitivamente maléfico para os seres contemporâneos.
  • Belzebu se dispõe a relatar a história da arte para Hassein visando a melhor elucidação da anormal estranheza da psique dos entes tricerebrais. «De fato um fator prejudicial — criado por eles mesmos — para a atrofia final até mesmo daqueles dados para sua mentaçãoesseral que bor acidente ainda tinham sobrevivido.
  • Belzebu foi testemunha dos eventos que fizeram surgir as causas deste mal contemporâneo e que foram devidos aos «seres sábios» que se reuniram na cidade de Babilônia de quase toda a superfície desse planeta desafortunado.
  • A ideia que então surgiu e agora veio a se chamar «Arte» é para os infelizes favoritos de Hassein, «um daqueles dados automaticamente atuantes cuja totalidade os converteu gradativamente, por si mesmos, e embora imperceptivelmente mas seguramente, de seres tendo em suas presenças toda possibilidade de se tornarem partículas de uma parte da Divindade, meramente naquilo que se chama “carne viva”».
    *Relato da origem da «Arte» que veio por caminhos de degeneração a se tornar este fator maléfico; a começar por dois eventos significativos ocorridos na cidade de Babilônia durante a quinta viagem de Belzebu ao planeta Terra: primeiro seu encontro com a sociedade dos «Aderentes-do-Legominismo»; segundo, uma série de acontecimentos babilônicos.
  • Esta série de eventos babilônicos começa com a explicação da razão de nesta quinta viagem de Belzebu à Terra, haver uma concentração tão grande de homens sábios em Babilônia: todos levados por coerção do rei persa. Começa também pelo interesse destes homens sábios ali reunidos na «famosa questão da alma».
  • Frequentando os «Aderentes-do-Legominismo», Belzebu foi informado sobre os dois sábios iniciados, fundadores desta sociedade, Kanil-El-Norkel e Pitágoras. No encontro deles e nas conversações que se engajaram, ficou claro para os dois o fenômeno perturbador e indesejável que ocorre durante os processos de destruição recíproca, guerras e revoltas populares, no qual um grande número de seres iniciados de todos os graus são por alguma razão ou outra invariavelmente destruídos, e junto com eles também são destruídos para sempre muitos Legominismos através dos quais informação variada sobre antigos eventos reais sobre a Terra é transmitida e continua a ser transmitida de geração a geração. Constando juntos este fenômeno perturbador, resolveram aproveitar a congregação de tantos homens sábios em Babilônia para examinar todos juntos uma solução. Assim, decidiram fundar a «Associação-dos-Aderentes-do-Legominismo».
  • Belzebu veio então a escutar pela primeira vez esta palavra «arte» em uma das reuniões da associação, na qual um sábio caldeu chamado Aksharpanziar expôs seu relatório sobre uma possível solução ao problema fundamental proposto pela associação.
    • Sua proposta se resume a utilizar, na transmissão da sabedoria do passado através de Legominismos, o que se chama «Afalkalna», ou seja produtos artesanais usados na vida cotidiana das pessoas, e também «Soldjinoha», ou seja vários procedimentos e cerimônias estabelecidos há séculos na vida familiar e social e passados de geração a geração.
    • Quanto à questão dos meios a serem usados nesta transmissão através de Aflkalna e Soldjinoha, sua sugestão é de que seja feito através da Lei Universal chamada «Lei do Sétuplo», do seguinte modo: introduzir intencionalmente certas inexatidões legais, e nestas inexatidões legais colocar, com os meios disponíveis, conteúdos de algum verdadeiro conhecimento ou outro que já é de posse dos homens da tempo presente.
  • A solução foi aceita com grande entusiasmo por todos que se puseram então a se organizar em subgrupos de estudo para implementação da proposta, levando em consideração os dias da semana (definidos desde Atlântida segundo a Lei de Sete), e dedicando cada dia da semana à produção de uma ou outra especialidades seja artesanal ou alguma forma de manifestação-esseral projetada conscientemente.
    • Assim ficou determinado: Segunda como «dia-de-cerimônias-civis-e-religiosas»; Terça como «dia-da-arquitetura»; Quarta como «dia-da-pintura»; Quinta como «dia-das-danças-populares-e-religiosas»; Sexta como «dia-da-escultura»; Sábado como «dia-dos-mistérios», ou também chamado, «dia-do-teatro»; Domingo como «dia-da-música-e-canto».
    • Segue-se então um longa narrativa onde são descritas as iniciativas dos grupos de estudo de cada um destes dias, quanto aos Legominismos a serem usados e as inexatidões intencionais a aplicar, inserindo que conhecimento específico. Cabe um destaque especial para a questão das cores e da visão, no dia-da-pintura, para a questão dos «mistérios» ou do «teatro» no «dia-dos-mistérios», e para a questão da música dedicada ao Domingo.
  • O capítulo conclui com várias considerações sobre a degeneração desta proposta, em todas as suas ramificações pelos sete dias, e por conseguinte a condição nefasta que a arte contemporânea acarreta aos entes tricerebrais.