Resumo do ensaio de James Moore
Um dos legados de Gurdjieff foi o eneagrama, ou figura de nove vértices — inicialmente apresentado a um grupo restrito de alunos em Moscou e Petrogrado em 1916. Enfatizando sua importância simbólica, demonstrou seu significado como um modelo dinâmico sintetizando, a um nível macrocósmico e microcósmico, sua “Lei de Três” e “Lei de Sete”.
Mais tarde em Fontainebleau, em 1922, coreografou e ensinou a primeira de suas danças sagradas ou “Movimentos”, cujas evoluções rigorosas interpretavam o Eneagrama.
O caráter pioneiro desta representação para o Ocidente, reunia em perfeito calibre com outros modelos de Gurdjieff — cosmogônicos e cosmológicos, da assimilação de alimento, ar e impressões. Mesmo seu mais ferrenho detrator no campo dos perenialistas, Whitall Perry, não foi capaz de reconhecer uma fonte tradicional para o Eneagrama (ou nem se interessou, tamanha sua crítica).
James Webb, tentando desencavar a proveniência do ensinamento de Gurdjieff, também acabou resumindo seu esforço em uma especulação sem garantias.
Bennett, como em em geral em suas obras, produziu uma mistura de informações, onde o trabalho de garimpagem, para quem deseja recuperar algo de precioso, é exaustivo.
Resta resgatar o essencial das exposições de Gurdjieff em “Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido”, e nas dissertações de Maurice Nicoll, para se obter uma espécie de “versão autorizada” em termos originais propostos por Gurdjieff.
Nesta direção o livro “The Intelligent Enneagram“, pode poupar esse trabalho de pesquisa na crescente literatura sobre Gurdjieff. Escrito por A. G. E. Blake, discípulo de Bennett, pensador de tendência mais filosófica, o livro reúne o que há disponível sobre o eneagrama, tentando relacioná-lo com aspectos cosmológicos da realidade, após uma exposição teórica bem detalhada dos princípios que o eneagrama reúne em sua construção.